Junta de Freguesia de Palhaça Junta de Freguesia de Palhaça

Turismo

Eventos anuais

Além das Festas de São Sebastião e da Nossa Senhora da Memória - uma romaria em tons populares, embaralhando o sagrado ao profano, por norma, durante uma semana - preparadas por uma comissão de festas em rotação, no plano de actividades anuais das várias agremiações da Palhaça, contam-se ainda a festa da Ascenção que coincide com o feriado municipal e realiza-se na Igreja Velha em Vila Nova. A Festa de São Pedro padroeiro da Vila realiza-se a 29 Junho,  pela Junta de Freguesia. Os Reis Magos (em Janeiro), as Marchas dos Santos Populares (em Junho), e o Festival da Canção, são eventos organizados pela ADREP, as noites de fados, que o agrupamento de escuteiros e o grupo Folclórico S. Pedro têm por hábito preparar. Destaque para o mais recente evento anual da Freguesia,  " Palhaça, Todos ao Palco", entre os meses de Março e Junho, todos os últimos sábados de cada mês, promovendo as mais diversas manifestações culturais.

Curiosamente, terão sido, sobretudo na década de 1990, «os bailes semanais da província», no Salão de S. Pedro, a darem a conhecer às populações de terras mais distantes a freguesia da Palhaça. 

FEIRA DOS 12 E 29   

No mais minucioso artigo até à data dedicado ao tema das feiras bimensais da Palhaça, incluído em Palhaça - História dos Espaços Sociais e Comunitários [séculos XIX-XX], o autor, Carlos Braga, assume, desde o início, que a escassez de fontes orais e escritas sobre o assunto dificultam a compreensão do porquê da origem da feira – periódica e oficial - dos 29 na Palhaça, em Junho de 1715, data que coincidiu com «a festa anual do apóstolo S. Pedro» (como a literatura baseada em «tradições orais» parece comprovar). Porém, admite que, sobre as razões religiosas, comerciais e culturais, estará um motivo especialmente geográfico.

O na altura Mercado das Palhoças tinha lugar «numa praça que é a confluência dos Quatro Caminhos, a cerca de um quilómetro da [actual Igreja Velha]». Os ditos caminhos ligavam Águeda a Vagos e Aveiro a Coimbra. É bastante plausível a ideia de que a junção destas vias fosse bastante benéfica para o lugar da Palhaça, que inicialmente não era central. Ainda no século XVIII, o Mercado estender-se-ia para «o espaço triangular adjacente», após a doação à junta da paróquia deste terreno por Manuel de Oliveira [N: não confudir com o padre Manuel Oliveira], possivelmente o primeiro benemerente da Palhaça. 

A construção da Estalagem do Quartel-Mestre, em 1750, em frente ao Mercado das Palhoças, poderá constituir um sinal de que era frequentada por gente de «longe» e da relevância da feira, embora Braga defenda a hipótese de «até 1865 a feira [ser] ainda muito incipiente», visto que, pelo menos, até aí as principais receitas da junta da paróquia provinham de outras fontes. O espaço, segundo o autor palhacense, «funcionava como ponto de paragem e descanso dos viajantes, se nos lembrarmos que em finais do século XVIII a velocidade média de uma diligência era de 3,4km/hora».

Quanto aos produtos vendidos e trocados neste mercado, o Dicionário Geográfico manuscrito de 1758 reúne num inventário «toda a casta de gados, tendas de bufarinheiros, buréis, panos de linho, estopa e de outras coisas mais para uso das gentes, e coisas comestíveis».

Relativamente à data precisa em que ocorreu a primeira feira dos 12, existem, no mínimo, duas versões. A mais verosímil, sustentada no cruzamento de várias informações escritas (actas e uma notícia da imprensa regional da altura), ao contrário da outra, apoiada em testemunhos orais, aponta o dia 12 de Janeiro de 1903 como o marco para uma nova era – a das feiras bimensais. E porquê duas feiras por mês? «(…) se uma das feiras se realizava no final da segunda quinzena de cada mês , fazia sentido que surgisse o interesse em marcar outra para o final da primeira quinzena», conjectura Braga.

O século XX é marcado por uma série de agitações, no que às feiras concerne, especialmente no período imediatamente a seguir à implantação da República. Em 1911, o vedamento da feira é envolto em polémica e não acontece. Havia, nesta altura, ainda quem exigisse uma maior transparência da Junta sobre os rendimentos da feira. Em 1923, chegam a existir três feiras mensais na Palhaça, o que é contestado por vários feirantes. Mais tarde, em 1978, as feiras móveis (alteração do dia de feira para segunda-feira quando os dias 12 e 29 «calhavam» ao domingo) também causariam comichão junto de, pelo menos, 109 feirantes, que assinaram uma petição para que as feiras voltassem a ser fixas. Antes, em 1949, dava-se a demolição de barracões de adobe no actual Largo de S. Pedro, precisamente no ano da construção do Coreto. E até 1988, os engarrafamentos provocados pelo trânsito nas vias públicas eram o prato principal em dias de feira. Nesse ano, a feira despede-se dos diversos pousos – «vários largos e ao longo das vias de comunicação» – onde se manteve durante décadas e concentra-se no antigo espaço da feira do gado, onde, até hoje, tem lugar.

Relativamente à origem dos materiais vendidos na feira, as respostas a uma série de inquéritos realizados entre 1982 e 1992 junto dos feirantes denotavam que as verduras e frutas provinham das hortas da Palhaça ou das na altura aldeias vizinhas, os ourives de Cantanhede e Anadia, as confecções de Aveiro e Coimbra e os sapatos, malas e chapéus de Oliveira de Azeméis, de Santa Maria da Feira e de São João da Madeira. Estes dados, apresentados meticulosamente no trabalho de Carlos Braga, permitem afirmar que as Feiras da Palhaça nunca foram mercado só de e para palhacenses. Aliás, os mercadores palhacenses raramente foram uma maioria. 

Actualmente, a componente cultural e social das feiras da Palhaça encontra-se praticamente extinta, conclui Braga. Os pregões, os fantoches, os «propagandistas de pechinchas» e «as ciganas prometendo adivinhar a sina na palma da mão» mal se vêem e/ou ouvem. O comércio puro e duro é a ementa principal, mesmo que o número de visitantes e compradores esteja, a olhos vistos, a decrescer.    

 
MERCADO DE RUA | MOUVA
 

De abril a setembro o MOUVA – Mercado de Objetos Usados, Víveres e Artesanato enche a Praça de São Pedro de uma (mo)vida contagiante, com a economia circular e a cultura como pratos fortes. No primeiro domingo de cada mês, das 10 às 16 horas, nesta feira que é também uma festa pode comprar, vender, trocar, aprender, dançar, conviver, etc. Não conte com menos do que boa música, exposições, concertos, conversas saborosas e encontros inusitados. Está de volta o mercado que entre 2009 e 2011 animou vários domingos de palhacenses, vizinhos e amigos, desta vez coorganizado pelos Amigos do MOUVA e pela Junta de Freguesia da Palhaça.

 
Regulamento do Mouva (clicar no link)

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