Palhaça é uma freguesia portuguesa do concelho da Oliveira do Bairro, com 10,15 km² de área e 2 330 habitantes (2001). Densidade: 229,6 hab/km².
A povoação da Palhaça fica situada no extremo noroeste do Concelho de Oliveira do Bairro, a que actualmente pertence, a 11 quilómetros da vila que é a sede do Concelho; assenta sobre uma espécie de pequeno planalto, fertilíssimo sob o ponto de vista agrícola, para o qual se sobe por todas as estradas de acesso, á excepção do sul que a faz comunicar imediatamente com o centro da Bairrada.
Dista 15 quilómetros de Aveiro, cidade que lhe fica mais próxima, sede do distrito, da diocese e comarca, e 45 quilómetros de Coimbra com que está mais do que uma vez por dia em comunicação.
Além da boa estrada que a atravessa de norte a sul, pondo em contacto as duas cidades indicadas, outra a corta no sentido nascente-poente, ligando a formosa cidade de Águeda, nas faldas do Caramulo, à ribeirinha vila de Vagos. A separar a freguesia da Palhaça da de Nariz, mas pelo lado de Vila Nova, estende-se uma deleitosa depressão, cheia de viço de cor a que chamamos a Vale do Ribeirinho.
Para o lados de Oiã, entre Vila Nova e os pinhais de Águas-Boas, estendem-se os Vales da Adioga e de Canas (Balcanas). Para o poente, entre a Palhaça e a Carregosa, estendem-se os Barros, plantados a vinha, e a Gandra das Masseiras.
Geografia & organização administrativa - Hoje
Situada no extremo noroeste do concelho de Oliveira do Bairro, a freguesia da Palhaça – elevada a vila em 2003 – goza de uma conjuntura geográfica privilegiada, ou não fosse atravessada por duas estradas com especial relevância na zona centro do país – a EN335 (Aveiro-Coimbra) e a EN333 (Vagos-Águeda). A menos de 5 quilómetros da Palhaça, no Fontão, existe ainda uma ligação à A17.
Vinculada ao distrito e à diocese de Aveiro – cidade da qual dista 11 quilómetros –, e abrangida pelo tribunal judicial da comarca de Oliveira do Bairro, a freguesia é, actualmente, composta pelos lugares de Vila Nova, Roque, Areeiro, Palhaça, Albergue, Chousa, Tojeira, Rebolo, Pedreira, Bebe-e-Vai-te, Carregais e Vale do Rato. Ao logo dos tempos, outras zonas da freguesia tornaram-se habitáveis, mas desconhece-se-lhes uma designação óbvia.
Viajando do centro para as periferias da actual freguesia, que ocupa uma área de 10,15 km², damos de caras com fronteiras pertencentes aos concelhos de Oliveira do Bairro (Águas-Boas, Sobreiro e Azurveira), de Vagos (Salgueiro, Soza e Ouca) e de Aveiro (Nariz).
Geografia & organização administrativa - Origens
Hoje, o lugar da Palhaça é conhecido como o ponto central da freguesia, mas nem sempre foi assim. Os arquivos históricos referem que a freguesia terá nascido a partir do actual lugar de Vila Nova, então parte da freguesia de Soza. Aliás, as referências ao lugar de Vila Nova e não à Palhaça, no Foral de Recardães de 1512 e o no cadastro da Estremadura, em 1527, reforçam exactamente o estatuto secundário do presente centro («deveria então ser um lugarejo quase sem importância», escreveu António Capão, em Memórias da Palhaça, um artigo publicado no livro Freguesia da Palhaça – Contribuição para a sua Monografia).
Previsivelmente ou não, a Palhaça integrou, pelo menos, desde o século XVI, três concelhos: Vagos primeiro, depois Oliveira do Bairro (a partir de 1855) e Aveiro (entre 1872 e 1898), e novamente Oliveira do Bairro (desde 1898).
ECONOMIA
A agricultura e a criação de gado, que durante largas décadas garantiram os rendimentos de uma vasta parcela de palhacenses, começaram, nas últimas décadas, a perder a preponderância para os sectores secundário e terciário – especialmente no seio das gerações mais novas, que apostaram no estudo universitário e/ou no trabalho noutros sectores de actividade ou fora de portas. De qualquer modo, o cultivo e a colheita do milho, da batata, do vinho e de frutas variadas ainda ocupam uma fatia considerável da população adulta-idosa palhacense
Indústria e comércio são, hoje, assim, as áreas laborais mais notadas e procuradas na vila. As indústrias automóvel, do alumínio, da construção e das confecções predominam, dentro ou fora da zona industrial, em franco crescimento na última década, e o incremento do comércio (as drogarias, as lojas de roupas, as ourivesarias, os minimercados e os supermercados, etc) saltam facilmente à vista do transeunte mais distraído, tal como o número vasto de cafés, snack-bars, pastelarias e restaurantes. É bastante notória ainda a concentração do terceiro sector no lugar da Palhaça.
DEMOGRAFIA
Faz parte da história da freguesia, como, de resto, da de um país profundamente rural e geralmente tacanho durante cerca de cinquenta anos de ditadura, a emigração para países como a Venezuela, França, EUA e Canadá.
Moviam os emigrantes a melhoria das condições de vida e esperança de encontrar, lá fora, novas oportunidades. Como muitas no país, a «Festa de Agosto» da Palhaça – na qual se homenageiam São Sebastião e Nossa Senhora da Memória, cujas esculturas estão expostas na Igreja Velha –, acaba por servir de pretexto principal para o reencontro dos emigrantes com a sua terra-natal e com os seus familiares.